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  • Foto do escritorby Naty Gui

Bate papo com a triatleta Ana Filipa Santos

Oi gente!!!! Tudo bem??

Hoje tenho o prazer de partilhar com vocês um bate papo super legal com a Ana Filipa Santos. Toda gente a conhece como Pipa, e eu já a conhecia de ouvir falar e foi quando ela entrou para o Cnatril que pude ter o prazer de a conhecer melhor, e fiquei super entusiasmada de pertencer a mesma equipa de uma campeã como ela.

Obrigada Filipa por partilhar com a gente um pouquinho do seu caminho e dos seus projetos. A sua paixão e dedicação ao triatlo é contagiante e admiro muito a sua paciência e resiliência de recomeçar #sempressão , respeitando o seu momento, aceitando as limitações de uma recuperação de pós parto e de gestão de tempo para tudo o que você faz.


Nome : Ana Filipa Santos Idade : 39 Treinador : Hugo Ribeiro  Clube : CNATRIL

Principais resultados :

- Tetra Campeã Nacional Individual Duatlo;

- Bicampeã Nacional individual Triatlo Olímpico;

- Tetra campeã Nacional individual de Triatlo Longo;

- Bi Campeã Ibérica individual de Triatlo Longo;

- Campeã Nacional Individual de triatlo Universitário;

- Bicampeã Nacional individual de duatlo;

- Campeã nacional estafetas;

- Bicampeã nacional por equipa de triatlo.

NG: Fala um pouco pra gente do seu início no triatlo.

FS: Participei pela primeira vez em um triatlo aos 26 anos. Estava em 2006 e foi nos Açores. Trabalhava a tempo inteiro como engenheira civil e estava a tirar mestrado, pelo que apenas em 2010, quando emigrei para a Bélgica, voltei ao triatlo. Competi na Bélgica em 2011 e 2012 e no final de 2012 participei no campeonato belga de triatlo sprint, que ganhei. Após este marco, comecei a sonhar mais alto e no início de 2013 regressei a Portugal para me dedicar em regime semi profissional à modalidade, ingressando na preparação olímpica para os jogos do rio de Janeiro de 2016. Entretanto, voltei a estudar e ingressei na licenciatura em treino desportivo na modalidade triatlo, na escola superior de desporto de rio maior, em pós laboral. Sou atleta regular das seleções nacionais de triatlo e duatlo desde 2014, tendo competido em vários campeonatos do mundo e europa de duatlo/triatlo. Falhei a qualificação para os jogos e segui continuando a competir no circuito ETU/ITU por mais 2 anos e alguns triatlos de média distância. Em 2018 converti definitivamente me à longa distância. Tenho 4 títulos individuais na média distância, 2 títulos individuais Ibéricos na média distância e duas participações em campeonatos do mundo de Longa Distância (DNF2018 e 15a 2019). Sou atualmente a número 30 do ranking mundial em 167 mulheres na longa distância. NG: Qual a prova que mais te marcou? Porque? FS: A prova que ficará para sempre na minha memória foi a primeira que ganhei em absolutos em Portugal, o triatlo de Montemor o velho em 2013. Passar de trabalhar a tempo inteiro para me dedicar a ser atleta requereu muito de mim a todos os níveis. Sem trabalhar na altura, sozinha numa cidade onde não conhecia ninguém e longe da família e amigos, a pressão em mim era enorme, pelo que aquela vitória foi uma lufada de ar fresco. Deu me mais forças para acreditar no processo e seguir trabalhando e lutando pelos meus objetivos. NG: Consegue se dedicar totalmente ao triatlo ou tem outra atividade? FS: Não consigo dedicar me em exclusivo à modalidade. Para compensar a parte financeira trabalho. Penso que em Portugal e na conjetura atual os que o conseguem fazer são a exceção, na qual eu gostaria muito de me enquadrar.  NG: Como foi/está sendo a transição das provas curtas para a média e longa distância? FS: Penso que a minha transição ainda está a acontecer. Apesar de ter já alguns títulos na média/longa distância,  competi ainda muito pouco neste formato e sinto, que ainda não rendo em prova. Tenho muita vontade de explorar o meu potencial, e vou dar tempo ao tempo para lá chegar. NG: Como é a sua dieta? Treinar pra comer ou comer para treinar hehe? FS: Eu gosto imenso de comer, é  um momento muito prazeroso para mim. Já fiz muitas dietas restritivas, que resultaram qb mas o preço a pagar a médio prazo foi grande; então deixei de fazer dietas e procurei encontrar hábitos alimentares saudáveis, substituindo algumas coisas menos boas no meu dia a dia por alternativas mais saudáveis. Mas para responder à tua pergunta, eu já treinei para comer e agora como para treinar :) E estou muito feliz por estar a conseguir fazer essa transição :) NG: Nadar, pedalar ou correr? Conta pra gente a sua relação/dedicação/evolução em cada modalidade.

FS: Adoro as 3, mas onde sou mais conhecida é na corrida, que por incrível que pareça é a que mais dificuldade tenho em sair da zona de conforto. Nadar é o que faço há mais tempo. Fui jogadora de polo aquático da seleção nacional durante 8 anos. Comecei a correr aos 26 anos e a pedalar aos 28 anos. A bicicleta tem me levado a sítios e pessoas incríveis, das três modalidades é onde ainda tenho de me afirmar no patamar que pretendo competir, mas estou a trabalhar para isso. NG: Quando bate a preguiça ou naqueles dias mais cinzentos, como você dá a volta e segue o plano?

FS: Também me acontece ficar submergida em inércia, como todo o comum mortal, especialmente em dias chuvosos. O que mais me custa é começar, uma vez ultrapassado esse momento o treino flui e chego ao fim com níveis de energia e boa disposição melhores do que os iniciais e é normalmente nisso que penso, que no fim vou-me sentir melhor e vou-me superar. NG: Recentemente se tornou mãe da Constança. Você continuou a treinar durante a gravidez? Como foi esse período? 

FS: Quando descobri que estava grávida decidi não voltar a competir até a Constança nascer. Mantive me ativa até ao quinto mês, nadando, pedalando e correndo com regularidade, mas sem intensidade. Após, surgiram algumas complicações que me obrigaram a repouso absoluto até ao fim da gravidez. NG: Voltaste a treinar logo que a Constança nasceu, como tem sido esse regresso?

FS: Comecei a preparar o meu corpo para voltar a treinar em Maio (2 meses pós parto) e em Julho iniciei efetivamente treino estruturado (4 meses pós parto).. O pós parto foi uma etapa difícil e bastante cansativa. Os meses que estive em repouso absoluto deitaram me fisicamente bastante abaixo. Por outro lado, eu sempre quis amamentar mas desconhecia que fosse um processo tão desafiante até estar bem estabelecido. O regresso está a ser feito dia a dia. Muita coisa mudou, as rotinas mudaram, o setup mental também mudou e tem sido desafiante conciliar tudo. Há dias que consigo treinar mais, outros nem tanto. Fisicamente sinto me em convalescença, a recuperar a pouco e pouco o nível que tinha anteriormente à gravidez mas salvo melhor opinião penso ainda demorar algum tempo, mas sem stress e sem pressão, vou lá chegar NG: Quando pretende voltar às competições? FS: Previa voltar apenas em Outubro, mas acabei por o fazer mais cedo, em Agosto. Competi no campeonato nacional de estafetas mistas pelo Clube de Natação e Triatlo de Lisboa, a minha nova equipa, e festejamos o meu regresso com o terceiro lugar sénior.  Estou bastante feliz por finalmente estar integrada numa equipa focada na longa distância e sob a orientação de um novo treinador, o Professor Hugo Ribeiro.  NG: Você disse acima que está a retomar a rotina sem pressão, e se que tem um projeto com este nome. Em que consiste o projeto #sempressão?

FS: O projeto #sempressao é o meu sonho de ser eu a primeira triatleta portuguesa a pisar o maior palco do mundo de triatlo, o Ironman de Kailua Kona no Hawaii, no escalão profissional. Este Projecto é a minha jornada até à meta final (Hawaii) e espero sirva de inspiração e faça acreditar a muitas mais mulheres que tudo é possível. Com dedicação, persistência e consistência, o sonho pode tornar-se realidade. Tudo a seu tempo e #sempressao ‍♀️‍♀️‍♀️





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